segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Talvez o nada possa ser um (re)começo

Senti medo, senti saudade, senti uma dor incontrolável e senti falta de você. Por tanto tempo foi assim, preso nesse ciclo, sozinho ou querendo ser só. Me deram amor e eu joguei fora. Me deram tudo e eu fui correndo atrás do nada. Chorei, (me) enganei, tive as piores crises de amigdalite, é porque foi isso que eu aprendi com o amor, ele te deixa fraco e no meu caso me deixou sem imunidade. Até eu começar sentir falta de mim, do meu sorriso, do meu ego grande que se tornou mais uma mentira e depois de tudo isso agora eu estou bem. Eu gosto da sensação que é o nada, não o nada que eu sempre falo, mas não precisar de nada, dormir só pensando em dormir, sonhar com coisas estranhas que só eu acho graça e de te olhar e não sentir nada, quer dizer eu sinto alguma coisa quando te olho, sinto falta do tempo que perdi, de tudo que deixei e do meu amor que eu desperdicei, porque foi muito e eu não sei se vai ser meu novamente, pra simplesmente eu poder amar, mas se ele for eu só espero que não seja igual, mas também se não for, eu estou bem, eu finalmente sou eu e sabe eu nem penso mais em tirar minhas amígdalas.

domingo, 30 de janeiro de 2011

...

Presa na minha loucura, que me obrigava ter você, eu me perdi de uma parte que era eu.

Sem perceber simplesmente me dei às costas e comecei a correr na direção contraria de onde eu estava e eu me via louca atrás de você, sem conseguir te alcançar nunca completamente. Eu parada sem poder fazer nada para que eu correndo parasse. Foi agonizante eu parada vendo correndo, caindo, batendo a cara no muro, sangrando, quase sem conseguir mudar um passo, mas a vontade de continuar era interminável. Eu parada não me importava com você, no entanto eu correndo não me ouvia mais, porque eu correndo acreditava que um dia ia chegar a algum lugar mesmo tendo só o vazio a sua frente. Eu parada admirava a coragem do meu que corria, chorava e se esperneava de tanta raiva de tanto berrar, de tanto correr, de tanta dor. Eu parada também sentia, sentia pena e um pouco de dor por não poder fazer nada por mim, foi quando eu parada vi que não corria mais, vi que o eu que corria não conseguia mais voltar e então eu parada comecei a correr. Peço desculpas para o nada que sobrou de mim. E a você, obrigada.


(Taciane Vieira)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Até a Terra do Nunca

Não. Não é não acreditar, é tapar os ouvidos pra tudo que não é necessário saber, tudo que vai acabar te fazendo mal, como uma criança que não quer ter seus sonhos rasgados só porque são impossíveis ou porque a pessoa que ela mais confia não existe, e não existe mesmo. Eu fui aos poucos descobrindo que somos feitos de sonhos, possíveis ou não, e sempre que um sonho acaba precisamos recomeçar outro pra não cairmos na solidão que é fechar os olhos e não ter nada, ou de repente abrir e ter tudo, e perceber que na verdade o tudo já não existe, não basta. Você apenas tentou ou nem isso. E o que acontece depois? Acho que crescemos e nos tornamos tão hipócritas que tudo aquilo que um dia nos fez feliz, já não é tão importante assim, substituímos por mascaras, pela falta de sermos nós mesmos, por sorrisos tão falsos que mais parecessem uma fotografia mal tirada que vai ser posta num desses porta-retratos artesanais, provavelmente você faça isso para parecer estar melhor quando for olhá-las e pra que ninguém lembre que por mais que você queira você não é mais uma criança com um sorriso bobo estampado o tempo todo, seus sonhos infelizmente não se refazem tão de pressa, e quando se refazem estão de volta na estaca zero, mas ninguém te dará uma força para elevá-lo, não agora. Acho que um dia, talvez.

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