segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Fragmento





Às vezes eu tenho vontade de ir correndo até você, te dar um beijo, dizer que te amo, assim sem esperar nada, nenhuma retribuição ou qualquer coisa que pense que posso estar esperando e ir embora para que não penses que sou um completo apaixonado, carente de amor, quando na verdade só preciso acabar (diminuir) essa vontade insana que tenho de você. E a culpa de tudo isso é tua, por me teres nas mãos e me deixares tão sozinho com minha imaginação tão pouco lúcida. Cara, é a segunda vez que me descrevo como louco, será que cheguei a esse ponto? Louco pelo desejo de ter você aqui, por não entender porque estamos tão longe, se nos damos tão bem juntos. Por cada defeito teu, e é claro que por todas as suas peculiaridades. Pela vontade que tenho em sair de mãos dadas com você as três, as quatro e as cinco, não obstante te beijar a todo o momento, te entrelaçar entre meus braços para que nunca mais saia, e te amar de manhã enquanto ainda chove, de tarde na hora certa em que o sol está ali para iluminar o seu rosto, e de noite porque faz frio e eu posso me aquecer junto a teu corpo. E te amar só porque tudo isto poderia ser bonito.

sábado, 15 de outubro de 2011

III

Esqueceste? Assim tão facilmente? Como é difícil menina viver num mundo cheio de lobos, é perigoso. Como a gente se engana ao pensar que é mais fácil seguir pelo atalho. Perdi o juízo, imaginei que por acaso andávamos juntos, lado a lado, mas esqueci que sempre alguém dá passos maiores. Vai já que perdeste o medo de andar sozinha, vai. Vai enquanto eu tenho amor por ti.




Ela tinha dito que iria ficar, no entanto, ao abrir meus olhos nada mais - de nós, dela, de mim, de porra nenhuma. Malas feitas, o travesseiro intacto e um bilhete: “Eu só estou tentando ser feliz, não que eu não tenha sido até agora, mas é que acho que estou esquecendo como é ter fé. Eu queria tanto ser como você, que acredita todos os dias que amanhã será outro dia e tudo pode começar de novo”. O que eu podia dizer? Ela se foi. Eu podia gritar, podia ir atrás dela, podia, mas fiquei ali parado, lendo inúmeras vezes aquele adeus escrito sobre um guardanapo velho. E foi o que sobrou de repente... Um guardanapo velho. E chorava, e ria, e chorava, e ria, e sentia tanta raiva e tudo isso na esperança de ainda não ter acordado. E passei o dia todo assim, engolindo a seco a sensação de perda. O meu amor, e onde estão os bons modos? A gente poderia ao menos ter tido mais uma noite, ou só um beijo, um aperto de mão já bastava. Não vês que assim me condena a saudade sem chance alguma de redenção? Ah minha menina eu precisa tanto que você também precisasse de mim. E de uma hora pra outra me pego pensando – O quanto eu te amei? O quanto você sabia que eu te amava? – Por um acaso meu bem eu teria passado tempo demais sofrendo pelo seu amor e esqueci de dá-lo a você. Fui te deixando só, da maneira como queria, e fui amando cada vez mais a solidão ao invés de amar você. Amei incondicionalmente o amor que eu tenho por você. Eu passei tanto tempo implorando por você, quando eu mesmo te afastava por medo. Como podemos ter ido tão longe errando tanto?







Talvez eu ame menos. Talvez me torne mais frio. Ou talvez eu ame mais, da maneira certa (se existir). Talvez eu ame Ana, talvez eu seja como Pedro. Talvez eu tenha esquecido. Talvez eu tenha medo, eu tenho medo. Ou talvez eu ganhe uma coragem que me torne incrivelmente forte. Talvez eu volte. Talvez eu fique. Talvez amor não fosse pra ser escrito, somente vivido e tomara que eu viva mais daqui pra frente.


Ana: E se não for pra sempre? Você promete que vai me ver todos os dias pra me dar jujubas?
Pedro: Acho que sim, não sei, eu não pensei nisso.
Ana: Pedro se um dia eu for embora você promete que vai me buscar?
Pedro: Se você prometer não ir tão longe. Por que você está fazendo tantas perguntas?
Ana: Toma.
Pedro: Um guardanapo?
Ana: Leia...





“Eu acho que também gosto muito de você”

domingo, 9 de outubro de 2011

II

Partiu. Foi e não volta mais. Deixou-me aqui, e logo agora minha menina que eu tinha esperanças no seu amor. Foi e não volta. Ou volta, sempre volta. Sempre. Esse círculo vicioso de auto destruição que se tornou o meu amor. Por que faz isso? Não vê como meu coração se enche de alegria quando você vem e ao mesmo tempo não percebe como me entristece te ver partir. E não me peça um tempo, eu não vou aceitar, nunca acreditei nessa história que precisamos esperar para sermos felizes. Eu não preciso esperar. Eu não posso. Eu não tempo.



“Virgem- Hoje você começará um novo ciclo, mas para isso é preciso organizar sua vida. Amor- Você se sente perdido (a), mas quem disse que o amor é uma coisa simples? O que também não quer dizer que você tem que complicar...”


Pedro: Acho que hoje o nosso signo foi escrito para você
...
Pedro: Ana, você está bem?
Ana: Pedro, estou indo embora.
Pedro: Embora? Pra onde minha menina? Quer que eu te leve pra algum lugar?
Ana: Não Pedro, eu estou indo pra não voltar mais.
Pedro: Outra vez?
Ana: Pedro, essa vez será a última.
Pedro: Por que insistes em fazer com que eu não te ame mais se meu coração é todo seu? É tão ruim assim o meu amor? Eu nem te peço tanta coisa, só que o trate com o carinho e que fique. Fica vai, esse meu mundinho confuso se perde cada vez mais, cada vez que você se afasta. Mas se ficar for demais, se ficar for mais do que você pode fazer, eu só te peço que me deixe ir contigo. Anda minha menina, diz alguma coisa. Não vê que eu preciso de você? Do seu amor?
Ana: Você está me sufocando Pedro, eu mal consigo dizer que o amo. Como pode alguém ter tanto amor assim? Não vê que estamos longe de sermos perfeitos um para o outro, se é que isso existe.
Pedro: E quem disse que precisamos ser perfeitos? Eu não amo mais que ninguém, eu só aposto tudo que tenho nos seus sorrisos. Não é assim que deve ser pra dar certo? Por que faz isso meu amor? Dizendo que te sufoco me transformas em um assassino. Estou tão enganado assim comigo mesmo? Eu tenho tanto medo de estar sozinho nessa...
...
Pedro: Ana, eu separei essas jujubas pra você, pode levar. Talvez quando você sentir o gosto doce que elas têm você lembre de mim. Elas são vermelhas pra que lembres que só tive amor.
Ana: Por que você ainda me ama?
Pedro: Eu não sei, mas acho que é porque você precisa de mim. Já pensou você sozinha por aí, não acreditando em nada, nem em ninguém. Todo mundo precisa de um pouco de inocência, eu sou a sua. Você fica? Eu também preciso de um pouco mais de coragem.
Ana: Eu fico.

“ Virgem - Se tiveres coragem então arrisque, mas cuidado nem sempre o que pensamos ser o melhor pra nós é o que precisamos“.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

I

Amar? Talvez eu ame um dia, talvez eu já esteja amando, sei lá. Tenho medo desse sentimento burguês. É que a gente erra muito, sempre. Tenho medo de ser desses que não acreditam. Eu temo ao imaginar que posso ser um desses que pensam que amar e sofrer andam juntos. Quem foi que disse isso? É esse sentimento capitalista, que está longe de ser amor, que nos faz querer lucro de quem supostamente “amamos”. Ou você nunca se perguntou o que iria ganhar arriscando nesse sentimento? Amar é sublime e poucos amam. É muito difícil não esperar nada, é quase impossível nos satisfazermos com o suficiente. Aos poucos vamos criando armaduras para nos proteger de nós mesmos, vamos nos tornando mais frios com a desculpa que estamos “amadurecendo” e como consequência estamos deixando de acreditar. Não sejamos hipócritas. Crescer não significa que temos que nos fechar em um mundo sem sonhos, fazemos isso por medo. E perder um medo não significa que estamos amadurecendo?















Pedro: Ana, qual a sua cor preferida no mundo inteiro?
Ana: Vermelho.
Pedro: Ah... A minha é verde. Você gosta de verde?
Ana: Não.
Pedro: É? Eu também não! Estou com sede, você também está com sede?
Ana: Não.
Pedro: Eu também não. Ana...
Ana: Ai Pedro você pergunta demais!
Pedro: Desculpa, mas é que você tem todas as respostas, além disso, você não fala nada.
Ana: Eu estou arrumando o cabelo da minha boneca! Mas tudo bem então pergunta...
Pedro: É que eu só queria saber se você entendeu tudo do filme.
Ana: Entendi. Você não?
Pedro: Na verdade quase, não entendi porque o príncipe e a princesa não ficaram juntos no final.
Ana: Acho que é porque ela não quis.
Pedro: Por quê?
Ana: Deve ter a ver com aquilo que eles falaram...
Pedro: Amor?
Ana: É.
Pedro: Então é essa a minha dúvida, quando eu vou saber que estou amando? Acho que deve ter a ver com essas batidas aqui dentro, eu sinto bastante quando estou com você.
Ana: Nada a ver Pedro! Você não ouviu a outra mocinha falando que pra elas ser feliz teria que esquecer o amor. Acho que deve machucar. Pronto! Decidi acho que nunca quero saber nada sobre isso.
Pedro: Não? Nem comigo? Isso quer dizer que você não gosta de mim?
Ana: Não, mas você faz tudo que eu quero, eu gosto disso!
Pedro: Tudo bem acho que o que eu tenho amor pra nós dois... Toma, eu separei as jujubas vermelhas pra você, as suas preferidas... Ei! Seremos namorados para sempre, não é?
Ana: Acho que sim até hoje ninguém mais me pediu em namoro, mas você tem que ficar quieto um pouco.
Pedro: Tudo bem então... Mas Ana?
Ana: O que foi dessa vez?
Pedro: Eu gosto de você.

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