Quando um poeta escreve é poque ele já não aguenta o mundo dentro dele.
Olá você...
Antes de mais nada eu queria dizer que tô tentando, cada dia mais um pouco. E tô conseguindo, só que para cada semana que te esqueço, tem sempre um dia que você aperta lá no fundo. Então me pergunto: Será que meu coração sabe que minha mente tava enjoada de você? Ela não soube dosar o que eu sentia por você, deu demais e vomitou e se exaustou. Será que minha mente sabe que no meu coração tudo sempre foi exageradamente grande? Eu quero demais, vivo demais, te amei demais.
Minha mãe perguntou de você, onde é que andava aquele amor louco que eu dizia ter. Viu? - Ela disse. Eu te avisei. Você é fogo em palha. Tá vendo? Acabou! - No teu coração não existe espaço para o outro, nem pra mim, nem pro teu pai, nem pra qualquer outro. - Ela pensou.
Se ela soubesse que aqui dentro ainda arde em chamas, saberia o buraco enorme que suas palavras me causaram.
Escutei alguém dizendo que te fiz mal, você disse. - Esse alguém falou. Mal? Percebe como hoje era impossível você não despertar em mim? Percebe a merda que é misturar cabeça e coração? Fica quieto! - Eu disse. - Não sabe que por ela eu conto estrelas todas as noites?
Eu também não gosto do que me tornei depois de você. Mas é a dor cara. E a dor nos torna cada vez mais humanos, e o que seria da humanidade se não fosse os seus monstros embaixo da cama? Eu tento te fazer mal pra vê se assim eu só me lembro da parte ruim de ter você. E mesmo assim eu só sei pensar como era bom ter você do meu lado. Eu grito seu nome pela cidade pra vê se me canso dele. E que droga de nome! Eu tento te atingir pra vê se consigo ficar aí... Mas já fui, dei marcha ré e andei desgovernado pra longe do que era bom pra mim.
Fim de você por hoje, até na semana que vem, ou duas, quem sabe até não restar nenhuma página sobre o meu querer.
...
Quando um poeta escreve nasce uma estrela entre o horizonte e o mar.
Ela foi encontrada. Quem? A eternidade. É o açúcar misturado ao sal.