segunda-feira, 28 de março de 2011

E eu fico aqui, só esperando que passe...

Já é mais uma noite não inteira, sabe. Eu estava acostumado a te acordar, agora eu acordo toda vez pensando em você, e aquela sensação de me sentir um lixo que não saí de mim, eu estou no chão, ás vezes eu levanto, mas na maioria das vezes eu estou caindo. Tenho me alternado em momentos que eu sinto sua falta, falta do que nunca fomos, em outros momentos eu só quero te esquecer, tenho raiva por nunca termos sido de verdade e um completo nojo de você ou de mim mesmo, não sei, mas na maioria das vezes eu te amo tanto, tanto que vou me afundando a cada segundo mais um pouco. Droga! Como eu posso te amar mesmo depois de tudo? Eu disse que eu não me arrependo, que eu vou ficar bem, mas não é assim , se eu pudesse voltar atrás, eu nunca teria te conhecido, porque eu estava bem antes de você chegar, eu acreditava nisso. E agora? O que eu faço comigo? Eu confiei em você quando você disse que não ia me magoar, por isso me entreguei, mas o fim é sempre o mesmo, não é? É o mesmo vazio, o mesmo gosto amargo na boca, a mesma dor no estômago, aquele caminho sem volta e a mesma voz dizendo eu te avisei. E agora? Agora eu fico aqui mais uma vez nesse lugar já conhecido esperando que alguém me tire daqui e apague da minha memória o caminho de volta.


"A gente corre o risco de chorar quando se deixou cativar"

sexta-feira, 25 de março de 2011

Deve ser um pouco insanidade também

Deve ser o frio, ou é apenas uma lembrança nesses dias em que nada da certo, mas me bateu aquela sensação ruim da solidão, aquela falta de ar de quando se percebe que errou mais uma vez. É como querer continuar sem rumo, sempre com medo, acho que sempre sozinho também. Tenho acordado constantemente, toda noite só pra ver se você vai estar ao meu lado, mas não está. Estou lendo sua carta mais uma vez, porque eu não consigo chegar ao ponto final, é que se eu terminar vou perceber que estamos longe. Talvez um dia a gente sinta falta um do outro, nessas horas do dia em que não tínhamos o que fazer e ficávamos por horas nos olhando, talvez. Ou talvez você nem se lembre mais disso. Às vezes eu me esqueço também, mas é porque quero, é que eu já sei como é chorar, já sei o quanto dói acreditar em uma mentira, em uma ilusão, pelo menos isso eu aprendi com essas coisas que a gente chama de cicatrizes, o resto que ficou foi insegurança. Sabe já não há mais sonhos, nem pesadelos, só o vazio das noites que eu tento dormir, o amanhã que nunca chega, ele parece não existir sem você, mas ele vem, cheio de angustias, saudades, lágrimas, mas ele vem. Ele vem.

terça-feira, 1 de março de 2011

Resposta

É a mudança. Acho que tenho andado meio distraído com tudo isso, se você estivesse aqui iria reparar no pouco de tinta que deve ter respingado no meu cabelo. Não sei se você esperava por essa resposta, mas é que ontem quando eu recebi sua carta coincidentemente eu escutava aquela música, que por sinal também não era de Roberto. Era um dueto de Marcelo e Mallu, exatamente como nós dois “Eterno ou o não dá”, lembra-se agora? Na verdade não houve coincidência, ela é a única musica que eu escuto desde que peguei aquele avião, e sempre espero a continuação saindo das nossas vozes. Não deveria estar te dizendo isso, mas até agora eu não descobri se eu voltarei a sorrir sabendo que você está feliz sem mim. Me atrevo ainda a dizer que sinto sua falta a cada frame de segundo desse filme que na minha memória nunca parou de rodar. Memória! Você tem razão ela nos prega cada peça, por um acaso me lembrei dos nomes que os nossos filhos teriam, você sempre ria da minha cara por eu ter essas vertigens, mas eu gosto delas, elas me fazem acreditar em algo que já não é tão real quanto eu esperava. De vez em quando ao entrar em meu quarto imagino você lá me esperando, mas por ser tarde já vai estar dormindo, então fecho a porta sem fazer muito barulho deito ao seu lado passando a mão lentamente entre seus cabelos, daquele jeito que você gostava e se arrepiava inteira, porém tenho que lembrar de fazer isso com cuidado, porque sei que se você acordar não vai mais estar ali e assim ao seu lado consigo dormir a noite inteira sem medo, longe das dúvidas e dos males lá de fora. Você sabe que eu não gosto muito de escrever, de falar sobre mim, deve ter sido esse meu erro. Mas é isso, não é? Eu deixo você partir, mesmo não sendo o que quero, é apenas o correto a ser feito. Eu com toda certeza sou um estrangeiro, entretanto ainda não estou acostumado com essa distância, eu sei que vou me adaptar, é que no momento eu ainda estou perdido, é só mais uma questão de tempo. Vou te contar um último segredo, estou me mudando para aquela casa-barco que ficamos quando estive aí, acho que não vou ficar lá, seria muito cruel para eu estar lá sem você. Mas vai passar, tem que passar. Adeus e se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder como disse esse mesmo escritor. Te amo hoje e sempre. PS: Castanhos, meus olhos são castanhos, estranhamente iguais aos seus.

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