terça-feira, 22 de abril de 2014

Gritos na Praça

Quando um poeta escreve é poque ele já não aguenta o mundo dentro dele.

      Olá você...

       Antes de mais nada eu queria dizer que tô tentando, cada dia mais um pouco. E tô conseguindo, só que  para cada semana que te esqueço, tem sempre um dia que você aperta lá no fundo. Então me pergunto:    Será que meu coração sabe que minha mente tava enjoada de você? Ela não soube dosar o que eu sentia    por você, deu demais e vomitou e se exaustou. Será que minha mente sabe que no meu coração tudo  sempre foi exageradamente grande? Eu quero demais, vivo demais, te amei demais.
       Minha mãe perguntou de você, onde é que andava aquele amor louco que eu dizia ter. Viu? - Ela disse.  Eu te avisei. Você é fogo em palha. Tá vendo? Acabou! - No teu coração não existe espaço para o outro,  nem pra mim, nem pro teu pai, nem pra qualquer outro. - Ela pensou.
       Se ela soubesse que aqui dentro ainda arde em chamas, saberia o buraco enorme que suas palavras me  causaram.
       Escutei alguém dizendo que te fiz mal, você disse. - Esse alguém falou. Mal? Percebe como hoje era  impossível você não despertar em mim? Percebe a merda que é misturar cabeça e coração? Fica quieto! -  Eu disse. - Não sabe que por ela eu conto estrelas todas as noites?
       Eu também não gosto do que me tornei depois de você. Mas é a dor cara. E a dor nos torna cada vez  mais humanos, e o que seria da humanidade se não fosse os seus monstros embaixo da cama? Eu tento te  fazer mal pra vê se assim eu só me lembro da parte ruim de ter você. E mesmo assim eu só sei pensar  como era bom ter você do meu lado. Eu grito seu nome pela cidade pra vê se me canso dele. E que droga  de nome! Eu tento te atingir pra vê se consigo ficar aí... Mas já fui, dei marcha ré e andei desgovernado pra  longe do que era bom pra mim.
       
       Fim de você por hoje, até na semana que vem, ou duas, quem sabe até não restar nenhuma página  sobre o meu querer.

 ...
   
 Quando um poeta escreve nasce uma estrela entre o horizonte e o mar. 
 Ela foi encontrada. Quem? A eternidade. É o açúcar misturado ao sal.

terça-feira, 25 de março de 2014

Pensamentos desconexos de um fim, o ócio, e o aperto da saudade

Tô indo embora. Acelero o carro com um único pensamento: venha atrás de mim, faça qualquer movimento pra eu parar. Eu preciso que você me faça ficar. Você não vem, fica de costa e aos poucos a tua imagem vai sumindo do espelho, dos meus olhos e congela permanentemente, aos menos por enquanto, no meu peito. Primeira contração. O estômago aperta, toda bebida consumida tenta sair. Piso no acelerador, mais rápido, mais rápido. Um único desejo: terminar essa dor. Verde. Por que você não disse nada? Verde. Em dez minutos estarei em casa. Acabou. Você tem certeza? Verde. Na avenida mais movimentada da cidade e todos os sinais abertos. Eu não quero ir. É claro que não tenho certeza, mas eu preciso que me lembre porque eu quero ficar. Verde. É o penúltimo sinal, e eu queria te dizer que eu sou um medroso, que eu não sei receber amor, eu tô indo embora pra te proteger de mim, que quando eu me sentia agoniado com seu toque, eu queria que você abraçasse, eu não sei ser amado. Eu não sei. Verde. Viro a esquerda. Em cinco minutos estarei em casa, por favor, eu não quero chegar, por favor me dê a coragem que preciso pra voltar. Não é teu orgulho, é meu egoísmo. Eu preciso que você me entenda, olha pra mim, olha porra. Tá escrito! Eu preciso que você me leia. Eu sei que é você, sei que tô pedindo demais, mas eu quero ficar e só assim eu vou conseguir. Entro na garagem. Nos próximos quarenta minutos passarei dentro do carro, ligarei pra alguém, chorarei, e tentarei me convencer de voltar. Alô? Choro. Terminei. Choro. Eu não consigo. Choro. Eu não quero que ele sofra. Choro. Choro. Choro. Olho meu celular procurando qualquer vestígio seu. Nada. Você não suporta o meu amor. Coração moído. Olhos ardentes. Boca sem gosto. Segunda contração. Morro? Durmo. Acordo. Cadê você meu amor?

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sonhando com uma estranha


Pare. Pare enquanto há tempo, enquanto não estamos condenados a nós mesmos. Pare, assim não haverá dor, saudade, nem... nem nada. Não me ligue. Não me atenda. Não me responda. Por favor, não seja minha, e não me deixe ser teu. Insistir é um erro, estaremos sendo culpados a cada beijo, a cada toque, a cada tentativa. Sua boca, sua pele, você. Já não consigo resistir, ou consigo, só não quero. Parece loucura, não é? Eu sentindo falta do seu carinho, desse teu riso pra dentro que você solta sem querer. E se de repente me acostumo a esse teu jeito de falar besteira, a esse sorriso de lado? Já pensou se eu começo a falar de amor? Ou pior, se começo a sentir? To com vontade, vontade de você; de brigadeiro,cobertor e um filme; ou da gente numa ilha; num chalé; quem sabe dentro de um carro, vendo a chuva passar, numa praia só esperando o sol se por, quem sabe nascer. É tão estranho te querer assim, mas seria mais estranho se eu não quisesse. Ah se eu pudesse mergulhar no teu amor. Ah seu eu pudesse me entregar a você todos os dias. Que não nos arrependamos de termos fugido. Que essa tripulação me perdoe, mas to abandonando o barco, partindo pra outra. Que me desculpem os desavisados, só espero que não pensem que isso foi um capricho, só to pirando nessa de ser feliz, de viver e sentir aquilo que quisermos. Que não nos arrependamos de termos vivido essa fantasia.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Talvez perdido, sem rumo. Talvez eu só esteja indo em direção à Nebraska.

"Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead"

Alô... É você? Não fala nada até eu terminar, por favor, eu vou ser bem direto. Estou te deixando. Acabou. Não sinto mais teu toque. Não me lembro do seu cheiro. Não te tenho mais presente em mim. É como se você não estivesse aqui. O que estou dizendo? Você nunca esteve. You and I baby, foi você quem não entendeu o que isso quer dizer, agora estou indo embora sem você. Imaturo. Egocêntrico. Acomodado. Idiota. Idiota. Idiota. Não vê como sou louco por você? Eu fiz tudo que eu podia, aguentei mais que o meu limite, e eu faria muito mais. Está ouvindo? Muito mais. Eu só estou indo embora por sua causa, por ser assim que você prefere. Você está aí? Fala alguma coisa. Não, é melhor não, das poucas coisas que eu guardo a minha melhor lembrança é a sua voz dizendo “Eu te amo”. Eu também te amo, porra. Não vamos estragar isso. Sabe, eu não sei se você está totalmente errado, ou totalmente certo em não querer deixar os outros de lado, eu só sei que você não passou nem perto de ser totalmente meu. Eu só fiquei com medo em que chegássemos ao ponto em que não fossemos nada um do outro. Não, não fale nada ainda, eu sei exatamente que você vai falar que é isso que eu estou fazendo. Eu digo que talvez, porque quando temos medo podemos fugir ou encarar, de certa forma eu estou fazendo as duas coisas. Sei lá, quem sabe um dia a gente da certo, nós só não podíamos continuar assim, sozinhos, quando éramos dois. Eu vou desligar tudo bem? Você quer falar alguma coisa?
...
Não, tudo bem. Adeus.
...
Eu só queria dizer mais uma coisa. Desde o começo eu só queria que você tivesse me pedido pra ficar, que tudo iria se resolver, que tivesse dado qualquer desculpa. Eu só queria escutar de você que a gente ía dar certo agora, não que você tivesse desligado o telefone. Eu te amo, mas você nem está mais me escutando.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Fragmento





Às vezes eu tenho vontade de ir correndo até você, te dar um beijo, dizer que te amo, assim sem esperar nada, nenhuma retribuição ou qualquer coisa que pense que posso estar esperando e ir embora para que não penses que sou um completo apaixonado, carente de amor, quando na verdade só preciso acabar (diminuir) essa vontade insana que tenho de você. E a culpa de tudo isso é tua, por me teres nas mãos e me deixares tão sozinho com minha imaginação tão pouco lúcida. Cara, é a segunda vez que me descrevo como louco, será que cheguei a esse ponto? Louco pelo desejo de ter você aqui, por não entender porque estamos tão longe, se nos damos tão bem juntos. Por cada defeito teu, e é claro que por todas as suas peculiaridades. Pela vontade que tenho em sair de mãos dadas com você as três, as quatro e as cinco, não obstante te beijar a todo o momento, te entrelaçar entre meus braços para que nunca mais saia, e te amar de manhã enquanto ainda chove, de tarde na hora certa em que o sol está ali para iluminar o seu rosto, e de noite porque faz frio e eu posso me aquecer junto a teu corpo. E te amar só porque tudo isto poderia ser bonito.

sábado, 15 de outubro de 2011

III

Esqueceste? Assim tão facilmente? Como é difícil menina viver num mundo cheio de lobos, é perigoso. Como a gente se engana ao pensar que é mais fácil seguir pelo atalho. Perdi o juízo, imaginei que por acaso andávamos juntos, lado a lado, mas esqueci que sempre alguém dá passos maiores. Vai já que perdeste o medo de andar sozinha, vai. Vai enquanto eu tenho amor por ti.




Ela tinha dito que iria ficar, no entanto, ao abrir meus olhos nada mais - de nós, dela, de mim, de porra nenhuma. Malas feitas, o travesseiro intacto e um bilhete: “Eu só estou tentando ser feliz, não que eu não tenha sido até agora, mas é que acho que estou esquecendo como é ter fé. Eu queria tanto ser como você, que acredita todos os dias que amanhã será outro dia e tudo pode começar de novo”. O que eu podia dizer? Ela se foi. Eu podia gritar, podia ir atrás dela, podia, mas fiquei ali parado, lendo inúmeras vezes aquele adeus escrito sobre um guardanapo velho. E foi o que sobrou de repente... Um guardanapo velho. E chorava, e ria, e chorava, e ria, e sentia tanta raiva e tudo isso na esperança de ainda não ter acordado. E passei o dia todo assim, engolindo a seco a sensação de perda. O meu amor, e onde estão os bons modos? A gente poderia ao menos ter tido mais uma noite, ou só um beijo, um aperto de mão já bastava. Não vês que assim me condena a saudade sem chance alguma de redenção? Ah minha menina eu precisa tanto que você também precisasse de mim. E de uma hora pra outra me pego pensando – O quanto eu te amei? O quanto você sabia que eu te amava? – Por um acaso meu bem eu teria passado tempo demais sofrendo pelo seu amor e esqueci de dá-lo a você. Fui te deixando só, da maneira como queria, e fui amando cada vez mais a solidão ao invés de amar você. Amei incondicionalmente o amor que eu tenho por você. Eu passei tanto tempo implorando por você, quando eu mesmo te afastava por medo. Como podemos ter ido tão longe errando tanto?







Talvez eu ame menos. Talvez me torne mais frio. Ou talvez eu ame mais, da maneira certa (se existir). Talvez eu ame Ana, talvez eu seja como Pedro. Talvez eu tenha esquecido. Talvez eu tenha medo, eu tenho medo. Ou talvez eu ganhe uma coragem que me torne incrivelmente forte. Talvez eu volte. Talvez eu fique. Talvez amor não fosse pra ser escrito, somente vivido e tomara que eu viva mais daqui pra frente.


Ana: E se não for pra sempre? Você promete que vai me ver todos os dias pra me dar jujubas?
Pedro: Acho que sim, não sei, eu não pensei nisso.
Ana: Pedro se um dia eu for embora você promete que vai me buscar?
Pedro: Se você prometer não ir tão longe. Por que você está fazendo tantas perguntas?
Ana: Toma.
Pedro: Um guardanapo?
Ana: Leia...





“Eu acho que também gosto muito de você”

domingo, 9 de outubro de 2011

II

Partiu. Foi e não volta mais. Deixou-me aqui, e logo agora minha menina que eu tinha esperanças no seu amor. Foi e não volta. Ou volta, sempre volta. Sempre. Esse círculo vicioso de auto destruição que se tornou o meu amor. Por que faz isso? Não vê como meu coração se enche de alegria quando você vem e ao mesmo tempo não percebe como me entristece te ver partir. E não me peça um tempo, eu não vou aceitar, nunca acreditei nessa história que precisamos esperar para sermos felizes. Eu não preciso esperar. Eu não posso. Eu não tempo.



“Virgem- Hoje você começará um novo ciclo, mas para isso é preciso organizar sua vida. Amor- Você se sente perdido (a), mas quem disse que o amor é uma coisa simples? O que também não quer dizer que você tem que complicar...”


Pedro: Acho que hoje o nosso signo foi escrito para você
...
Pedro: Ana, você está bem?
Ana: Pedro, estou indo embora.
Pedro: Embora? Pra onde minha menina? Quer que eu te leve pra algum lugar?
Ana: Não Pedro, eu estou indo pra não voltar mais.
Pedro: Outra vez?
Ana: Pedro, essa vez será a última.
Pedro: Por que insistes em fazer com que eu não te ame mais se meu coração é todo seu? É tão ruim assim o meu amor? Eu nem te peço tanta coisa, só que o trate com o carinho e que fique. Fica vai, esse meu mundinho confuso se perde cada vez mais, cada vez que você se afasta. Mas se ficar for demais, se ficar for mais do que você pode fazer, eu só te peço que me deixe ir contigo. Anda minha menina, diz alguma coisa. Não vê que eu preciso de você? Do seu amor?
Ana: Você está me sufocando Pedro, eu mal consigo dizer que o amo. Como pode alguém ter tanto amor assim? Não vê que estamos longe de sermos perfeitos um para o outro, se é que isso existe.
Pedro: E quem disse que precisamos ser perfeitos? Eu não amo mais que ninguém, eu só aposto tudo que tenho nos seus sorrisos. Não é assim que deve ser pra dar certo? Por que faz isso meu amor? Dizendo que te sufoco me transformas em um assassino. Estou tão enganado assim comigo mesmo? Eu tenho tanto medo de estar sozinho nessa...
...
Pedro: Ana, eu separei essas jujubas pra você, pode levar. Talvez quando você sentir o gosto doce que elas têm você lembre de mim. Elas são vermelhas pra que lembres que só tive amor.
Ana: Por que você ainda me ama?
Pedro: Eu não sei, mas acho que é porque você precisa de mim. Já pensou você sozinha por aí, não acreditando em nada, nem em ninguém. Todo mundo precisa de um pouco de inocência, eu sou a sua. Você fica? Eu também preciso de um pouco mais de coragem.
Ana: Eu fico.

“ Virgem - Se tiveres coragem então arrisque, mas cuidado nem sempre o que pensamos ser o melhor pra nós é o que precisamos“.

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