domingo, 29 de maio de 2011

Esquecido

Já não me lembro mais de muita coisa, coisas que eu não queria ter perdido ou sei lá, deixado pra trás. Não sei mais como é o cheiro das flores, eu estou pisando nelas, mas não as sinto, de forma alguma. Não me lembro se era o tom ou o ritmo que era perfeito, poderia também ser a letra, mas eu desaprendi como se canta, se é que um dia eu soube. E em meio dessa vontade de lembrar eu me pergunto o porquê de continuar seguindo, se eu já não sinto e nem se quer sei se existiu um caminho certo. E como vai ser quando chegar os espinhos? Eu desviarei ou pisarei com passos firmes? Eu sentirei? Calma, lenta, com uma batida ao fundo que pulsava, contraia, pulsava, contraia e a letra: triste, melancólica e extremamente... Não sei, não quero, tento não me lembrar, como se fossem as lembranças que machucassem, como se acontecesse de verdade, e sim, era como no primeiro segundo estar e no seguinte não mais, mesmo eu não tendo certeza dos detalhes, mas era apenas a minha imaginação, porque não há mágoas pelo que aconteceu só pelo que poderia ter sido. Elas já tiveram cor um dia? As rosas... Elas já tiveram cor? Já me fizeram sorrir? E não adiantaria tentar lembrar, eu não saberia dizer qual é a sensação que o vermelho trás, ou qual é a diferença entre o rosa e o azul. Qual delas seria a cor preferida de um menino? Qual delas te (me) faria outra vez feliz? Era importante saber isso, aqui voltaria a ter cor e cantaria outra vez, só pra mim, esse lugar seria de novo só meu. Então não seria preciso achar a saída, uma porta de emergência, eu ficaria, mas aqui está cada vez mais escuro e tão só que quando eu sair os rastros que eu deixarei serão apenas saudades, se é que vamos lembrar disso também.

Um comentário:

  1. Nada como um pouco de luz pra iluminar o caminho e dar corpo e cor pras rosas novamente... com o caminho visível se enxerga a ponte que divide o real do imaginário possível... =] abraço meu amigo...

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