domingo, 30 de janeiro de 2011

...

Presa na minha loucura, que me obrigava ter você, eu me perdi de uma parte que era eu.

Sem perceber simplesmente me dei às costas e comecei a correr na direção contraria de onde eu estava e eu me via louca atrás de você, sem conseguir te alcançar nunca completamente. Eu parada sem poder fazer nada para que eu correndo parasse. Foi agonizante eu parada vendo correndo, caindo, batendo a cara no muro, sangrando, quase sem conseguir mudar um passo, mas a vontade de continuar era interminável. Eu parada não me importava com você, no entanto eu correndo não me ouvia mais, porque eu correndo acreditava que um dia ia chegar a algum lugar mesmo tendo só o vazio a sua frente. Eu parada admirava a coragem do meu que corria, chorava e se esperneava de tanta raiva de tanto berrar, de tanto correr, de tanta dor. Eu parada também sentia, sentia pena e um pouco de dor por não poder fazer nada por mim, foi quando eu parada vi que não corria mais, vi que o eu que corria não conseguia mais voltar e então eu parada comecei a correr. Peço desculpas para o nada que sobrou de mim. E a você, obrigada.


(Taciane Vieira)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Total de visualizações de página