terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Parte II de V

21 de abril de 2007
Windsor, Inglaterra



Querida Luni...

Tenho notado que você parou de responder minhas cartas, nem ao menos se da o trabalho de aparecer quando combinamos, tenho medo que isso se torne continuo, sem respostas, sem visitas, sem você, pois eu só escrevo quando estou desesperado e ultimamente ando escrevendo muito. Já não sei se suporto essa dor. Você já sentiu? Ela é horrível parece que alguém aperta seu coração tão forte que ele começa a sangrar, o ar parece não passar pelo caminho certo, começa os calafrios e uma contração forte no estômago causando quase que uma, uma... Como é que se diz mesmo? Aquela sensação de que tudo dentro de você começa a queimar? Ah...Lembrei! Azia. Você tinha todas as explicações, agora sem você eu tenho que deduzir. De vez em quando eu até consigo, quando não, eu tento inventar qualquer palavra que eu acho bonita. E essas lágrimas que não param de cair? Daqui a pouco elas vão borrar a carta e os papéis estão acabando e quando eles terminarem não escreverei mais. Estou melhorando aos poucos, na verdade, penso que as pessoas ao meu redor é que estão meio loucas. Hoje de manhã quando eu passeava pelo jardim escutei os empregados comentando algo sobre você não existir. Não existir? É porque eles não conheceram os seus beijos, seus olhos, seus abraços. Penso que talvez só aqueles que já a sentiram como eu senti, sabem o que é o amor e também o ódio. O ódio por te amar, por deixar-se levar por alguém que nem se quer lembra o seu nome, por sentir sua falta todos os dias, por estar esquecendo o seu rosto pouco a pouco cada dia mais. Desculpe, mas não vou aparecer ao nosso encontro de amanhã, tenho um compromisso inadiável.

Até breve

Do seu eterno Henry

P.S Os pássaros cantam cada vez mais fraco, eles estão sentindo sua falta tanto quanto eu.

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