terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Parte III de V

18 de Julho de 2008
Windsor, Inglaterra



Luni...


Já não consigo nem te chamar de querida, a saudade que eu sinto me destruiu e você não fez nada. Eu tenho me ocupado ao máximo, tenho evitado até mesmo dormir pra ver se te esqueço. Acho que nunca me machuquei tanto e nunca chorei tanto também. Eu estou dando o meu melhor para não lembrar mais dos momentos que fui feliz com você, já não consigo saber se te odeio, ou se te amo demais. Ontem a dor foi tão forte que cheguei a desmaiar e durante o tempo que fiquei desacordado sonhei com você, depois o pesadelo, aquele ciclo de sempre. Essa será minha última carta, não por escolha, mas por medo que essa sensação de perda fique para sempre. Para sempre. Não era essa a nossa promessa? Então onde você foi parar? Não acredito mais em amor. Li pela ultima vez o bilhete que me deixou quando foi embora e decidir te deixar ir. Mas eu ainda não consigo deixar de sentir sua falta. Mandei tirar todos os lírios da casa, pintei todas as paredes do meu quarto de branco, tirei móveis, retratos, tudo que me faz pensar em você. Agora estou preso em um cubo branco, em que só existe eu e minha solidão e não vou até você, nem mesmo quando me chamar. Cada vez mais longe, cada vez mais.


Acho que até nunca.


Henry


P.S. Os pássaros já não cantam, mas eles continuam aqui me protegendo.

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